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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Educação Escolar Indígena: As Práticas Pedagógicas no Território Indígena, Intercultural, Bilíngüe e Diferenciada

Maria das Graças Costa Silva[i]
Centro de Formação Intercultural Indígena – CEFI
 Secretaria de Estado de Educação - SEE
Elcio Severino da Silva Manchineri[ii]
Centro de Formação Intercultural Indígena – CEFI
Coordenação das Organizações da Amazônia Brasileira - COIAB
RESUMO
A apresentação deste trabalho, pretende mapear a história da Educação Escolar Indígena, Bilingüe, Intercultural e Diferenciada da Comunidade Indígena Manchineri da Aldeia Santa Rosa, Terra Indígena Manchineri do Guanabara Rio Iaco e da Comunidade Indígena Shanenawa da Aldeia Morada Nova, Terra Indígena, Katukina/Kaxinawa. A pesquisa terá um caráter etnográfico, visando compreender as práticas pedagógicas utilizadas pelos Professores em seus territórios no fortalecimiento de suas culturas e identidades e no desenvolvimento sócio-cultural. O projeto analisará as Práticas Pedagógicas que são utilizadas pelos Professores indígenas, como ferramenta de intensificação da cultura tradicional, e apropriação de conhecimentos da ciência ocidental que possibilitem auxilia-los no desenvolvimento sociocultural de suas comunidades e Povos Indígenas em seus territórios no Estado do Acre. Analisará a Educação Escolar Indígena, observando os paradguima que fundamentaram a Educação, que ao longo do processo histórico de formação da sociedade, convergiram em interesses de manutenção da orden social e em caso especifico dos Povos Indígenas do Brasil, a Educação Escolar atuava no sentido de integração do Indígena a sociedade nacional. 

Cultura – Identidade e Sustentabilidade



[i] Professora, formada em Pedagogia pela Universidade Federal do Acre, Coordenadora Executiva do Centro de Formação Intercultural Indígena e Mestranda do Curso de Desenvolvimento Sustentável: Sustentabilidade Junto a Povos e Terras Indígenas da Universidade de Brasília.

[ii] Representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB na Comissão Nacional de Política Indigenista – CNPI, representando o Estado do Acre e Assessor no Escritório da Representação da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB em Brasília – DF.
Representante da Comissão Nacional de Política Indigenista – CNPI no Grupo de Trabalho Interministerial – GTI, composto por representantes dos Ministérios da Justiça - MJ, Ministério do Meio Ambiente – MMA e organizações indígenas. O referido grupo teve como objetivo construir uma minuta de Decreto sobre a Política Nacional de Gestão Ambiental e Território de Terras Indígenas – PNGATI.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Cultura e Sociedade

Projeto de pesquisa a ser apresentado a banca examinadora para obtenção de uma vaga no Curso de Mestrado em Letras: Linguagem e Identidade na Amazônia.
A finalidade de abordar esse tema como proposta de pesquisa deve - se ao fato de já vir mantendo contato com referencias bibliográficas relacionado ao tema, como também contato direto com os Povos Indígenas do Estado do Acre, como no caso mais especifico os Manchineri, Jaminawa, Kaxinawa e Shanenawa.
 Os motivos pelos quais mantenho contato com esses povos são vários, desde relacionamento familiar, como assessoria relacionada a projetos em suas aldeias.
            Mas especificamente durante mais ou menos quatro anos trabalhei diretamente com os Manchineri da Terra Indígena Mamoadate e Manchineri do Guanabara, assessorando a Organização do Povo na construção de Projetos que visavam à proteção e fiscalização da Terra Indígena, projeto de Manejo da Fauna silvestre como o cateto e tracajá, como também o Projeto de Resgate, Revitalização e Registro da Cultura Manchineri.
            Pode observar que existe uma ligação entre o tradicional e o moderno e que esse binarismo fica confuso, pois o que da modernidade é aceitável e o que do tradicional pode ser praticado.
            Foi através deste projeto que pode perceber como era rica a cultura do povo e como era valorizada entre os mesmos..
            Mas também pude perceber que existe uma relação de inferioridade dos no contato com os moradores não indígena. É como se a cultura e sua beleza fosse importante apenas no espaço geográfico ou territorial dos mesmos, quando sai de lá o espaço de fora não vê com bons olhos o que é de muito belo para os mesmos que é sua cultura.
            A relação com os Shanenawa, foi relacionado a construção de um projeto, que visava fortalecer suas atividades culturais, haja visto que a cultura ocidental estava mais presente em suas atividades que a cultura tradicional e segundo o Povo Shanenawa, se essa situação se perdurasse por mais tempo os jovens das aldeias poderiam no futuro próximo já não conhecer mais de sua cultura tradicional devido as aldeias estarem muito próxima da cidade e a influência de fora está muito presente.As aldeias aqui citadas estão localizadas nas proximidades do Município de Feijó.
            Em relação aos Kaxinawa da aldeia Colônia 27, localizada no Município de Tarauacá, o meu contato com os mesmos também foi relacionado a assessoria a projetos de fortalecimento da economia e da cultura.
            Nessas três realidades pude observar que o contato com o outro ocidental, vem aos poucos influenciando diretamente em sua cultura, vários podem ser os fatores. Porém há uma necessidade muito grande de conhecer os motivos pelos quais a cultura do outro modifica e transforma a cultura tradicional do povo e porque de certa forma a cultura do outro passa a ser mais aceitável em certos aspectos.
            A cultura Indígena, ao longo de todo o século, foi muito depreciada pelo Europeu, que criou uma imagem de um outro ser cultural depreciativo, a começar pela própria denominação de indígena, que generalizou a partir dessa denominação todos os índios, sem levar em consideração que cada povo tinha sua maneira própria de se organizar, de falar, de se vestir e de expressar seus conhecimentos.
            Em se tratando de cultura e do termo multicultural para expressar as três realidades ao que pretendo abordar, pois todas elas estão diretamente em contato com o outro ocidental, ora pela proximidade das Terras Indígenas e das aldeias com a cidade, outra por relação comercial, outra por relação de comemorações, ora por relações políticas partidárias e por fim através de relação intraconjungal.